Por Procurement Club | 01/08/2023 ás 06h39 | Atualizado 01/08/2023 ás 06h39

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Programas de fidelidade, cashback e milhas: quando vale a pena para você?

Programas de fidelidade, cashback e milhas: quando vale a pena para você?
A palavra cashback nunca esteve tão em alta entre os brasileiros. Até a proposta recente da reforma tributária prevê que parte dos impostos pagos sejam devolvidos aos contribuintes. Do supermercado às operadoras de cartão de crédito, são muitos os negócios que passaram a oferecer o benefício, que trata-se de um, entre os vários modelos de programa de fidelidade, que buscam estimular novas compras pelos clientes. Em 2022, a interação com este tipo de serviço cresceu 20%, se comparado ao ano anterior, totalizando 26,9 milhões de transações. Também no ano passado, a quantidade de inscritos nos programas alcançou os 194 milhões, 7,5% a mais na comparação anual. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF). Segundo o consultor e educador financeiro, Silvio Azevedo, de 34 anos, o importante é que o consumidor, antes de ir às compras, faça um levantamento dos preços. "Vamos supor que um produto custa R$ 1.000 e a loja vai te devolver 20%: ele vai sair por R$ 800. Mas se você pesquisasse na internet, achava o mesmo item a R$ 750, sem devolução de dinheiro", observa. Para ele, esta máxima vale, especialmente, nos casos de supermercados. "Às vezes, o consumidor está tão acostumado a comprar em um lugar, que o preço pode não estar melhor, mas ele continua indo lá", lembra. As maiores redes de supermercado em Belo Horizonte, como Apoio, BH Supermercados, Super Nosso e Carrefour, oferecem seus programas de fidelidade. Nos casos das farmácias, o consultor destaca que é comum que alguns estabelecimentos elevem os preços dos itens e ofereçam generosos descontos somente caso o cliente forneça o CPF para cadastro em programas de benefícios. "Já os programas de cartões de crédito, oferecem economia real de dinheiro. Ao ter acesso às salas VIP em aeroportos, os usuários não vão pagar pelo café e lanche, caríssimos nos terminais", ressalta Azevedo. Ele lembra que dentro dos programas dos cartões, há diversos benefícios, muitas vezes desconhecidos do grande público, como assistência de encanador, bombeiro e eletricista. No caso de aluguel de carros com o cartão, há aqueles ainda que oferecem seguro contra roubo, furto ou responsabilidade civil, que tornam a contratação do serviço mais barato. Nestes casos, o cliente precisa ter um cartão de categoria premium e, claro, a regra não é universal, depende do nível e bandeira. Os tradicionais carimbos em cartões de restaurantes, tão comuns em casas de self-service, também se encaixam na categoria de programas de fidelidade. "O pessoal do restaurante já conta que você vai esquecer [o cartão físico]", brinca o consultor. Mas ele ressalta que o consumidor pode ganhar R$ 10, R$ 20, R$ 30 reais, pequenas mudanças, que podem fazer diferença no orçamento. "O estabelecimento, para não gastar dinheiro captando novos clientes, abre mão de um pouco do lucro para atrair os consumidores. A ideia é: ‘você não me troca e eu te beneficio financeiramente’", destaca o consultor. Programa de fidelidade aproxima marca de clientes Segundo a ABEMF, o número de pontos/milhas emitidos em 2022 chegou a 509,4 bilhões, ficando 61,8% acima do registrado em 2021. Deste montante, 6,35% foi proveniente da compra de passagens aéreas, e 93,65% foram recebidos pelos participantes em compras feitas no varejo, indústria e serviços. Os clientes dos programas de fidelidade também apresentaram aumento na quantidade resgatada no período, 400,7 bilhões de pontos/milhas foram trocados em 2022, 49,4% na acima do volume registrado no ano anterior. Cerca de 85% do montante foi convertido em passagens aéreas e 15% utilizado para adquirir produtos e serviços não aéreos, como itens para casa, descontos, cashback e outras vantagens disponíveis nos catálogos das empresas do setor. Para Rachel Patrocínio, consultora de empresas e professora da Skema Business School, os programas têm se tornado populares no Brasil, porque as marcas entenderam que é fundamental cativar os atuais clientes para fortalecer suas operações. "A prospecção de novos clientes é cada vez mais cara para as empresas. Nada é mais eficiente na atração de um novo consumidor, do que um cliente que usa e defende aquela marca", destaca. Segundo a professora, o programa de fidelidade abre portas para um relacionamento mais próximo entre as marcas e os seus clientes. "Neste tipo de programa é possível fazer ofertas cada vez mais personalizadas, aumentando, inclusive, o ticket médio por compra", observa. Ela ainda observa que as relações hoje de consumo extrapolam o B2C, da empresa para o consumidor. "São relações P2P, de pessoas para pessoas. Por trás de toda marca, tem gente. Por traz de todo consumidor tem uma pessoa com valores, necessidades e desejos", finaliza. Veja quais são os tipos de programa de fidelidade: Cashback É dinheiro de volta, literalmente, na tradução do inglês. Você faz um cadastro digital e recebe uma porcentagem do valor da compra de volta. Entre alguns programas existentes, estão o famoso Méliuz, empresa mineira, e cashback de bancos digitais, como Inter e Nubank. Programas de pontos/milhas Também é necessário um cadastro. O cliente acumula pontos/milhas, que depois podem ser trocadas por descontos, produtos ou serviços. O estabelecimento define quanto cada real vale em pontuação. São populares os programas de milhas de companhias aéreas. Cartão Fidelidade Pode ser feito de maneira manual. O mais famoso, é aquele cartão de restaurantes, onde os clientes acumulam carimbos a cada compra e, ao atingir um determinado número, ganham descontos, produtos ou brindes. Programa de coalisão É quando há uma união de empresas para oferecer cashback ou pontos/milhas para trocar em algum dos estabelecimentos participantes. É interessante para o consumidor, porque oferece mais opções. Fonte: O Tempo.


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