Por Paulo Perrotti | 22/07/2022 ás 09h00 | Atualizado 23/05/2024 ás 06h57

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MATRIX e o Metaverso: O que podemos aprender com o filme?

MATRIX e o Metaverso: O que podemos aprender com o filme?

O filme Matrix, referência cinematográfica lançado no ano 1999, ou seja, mais de 20 anos atrás, descreve um futuro distópico no qual a realidade, como percebida pela maioria dos humanos, é, na verdade, uma realidade simulada chamada "Matrix", criada por máquinas para subjugar a população humana, enquanto a energia elétrica de seus corpos é utilizada ​​como fonte de energia para manutenção das máquinas. O desenvolvedor de sistemas Neo, personagem interpretado pelo renomado ator Keanu Reeves, descobre esta verdade e é atraído para uma rebelião contra as máquinas, que envolve outras pessoas que foram libertadas do "mundo dos sonhos".

No filme, a Matrix representa digitalmente uma realidade similar à que vivemos hoje. Trata-se de uma plataforma digital de realidade virtual muito parecida com um game, que simula exatamente a nossa sociedade e seus antagonismos, tais como emprego, diversão, alimentação, relações humanas, animais, casamento, filhos, sabores, ansiedades e medos.

Dentre as peculiaridades do filme, para que os humanos do “mundo real” possam acessar e vivenciar este outro universo de realidade digital simulada, é necessário “plugar” uma espécie de cabo analógico nas respectivas nucas, que significa um tipo de gateway (conexão) entre o cérebro humano aos sistemas digitais, e que permite não só acessar a Matrix, universo do “mundo dos sonhos” criado pelas máquinas, mas também acessar outros universos de simulação, experiências e aprendizado. Tanto que, em um desses ambientes virtuais digitais, o herói do filme Neo aprende a lutar vários tipos de artes marciais, bastando efetuar um simples download de um sistema de elearning. Em segundos, Neo aprende não só a lutar, bem como manipular os limites digitais impostos pela realidade virtual, para poder enfrentar os desafios e armadilhas que lhe esperam na Matrix, e poder libertar os humanos deste ambiente que foram forçados a se submeter.

Do outro lado, se for possível conceituar o que é Metaverso, seria a materialização de uma tecnologia que possibilitaria uma experiência em ambiente virtual, fruto de códigos-fonte e algoritmos tecnológicos desenvolvidos com base em machine learning e inteligência artificial, no qual os indivíduos poderiam interagir por meio de diferentes tipos de tecnologias virtuais, de forma simultânea, com impactos no mundo físico e no universo digital.

Ou seja, seria uma plataforma digital imersiva, intuitiva e sensitiva, onde os usuários passariam por experiências compartilhadas com várias outras pessoas ao mesmo tempo, cujo impacto e efeitos podem se materializar principalmente de forma virtual, mas que também tem impactos no plano material. Desta forma, são plataformas digitais feitas para imersão coletiva de usuários e não para serem utilizadas apenas isoladamente. Hoje, está se tornando cada vez mais difícil distinguir a vida real da digital, tendo em vista a quantidade de estímulos virtuais que recebemos nas nossas rotinas. Gradativamente, estamos replicando nossas rotinas, interesses e obsessões nos mundos digitais.

Como no filme Matrix, o Metaverso ainda apresenta vários questionamentos que não temos condições de responder. Cada dia descobriremos novas formas de interagir com a tecnologia. É um território ainda muito novo e pouco explorado. Mas é inevitável concluir que, cada vez mais, a ficção está mais perto da realidade. Mas o que seria realidade?



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