ESG: Equidade de gênero será atingida apenas em 100 anos
Mundialmente, 29% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres. No Brasil esse número sobe para 34%. Das entrevistadas, 74% ainda veem preconceito e discriminação em suas posições nas empresas, e 3 em cada 10 pessoas admitem que se sentem desconfortáveis em ter uma mulher como chefe (fonte: Unplash, 2019).
Segundo o IBGE, em 2020, uma pesquisa mostrou que elas ganham cerca de 20% a menos do que homens no Brasil, mesmo quando se comparam perfis de escolaridade, idade e ocupação de cargos na mesma categoria.
Ao redor do globo, a situação não é diferente. Segundo a ONU, a brecha salarial de gênero no mundo é de 16% que as trabalhadoras ganham em torno de 84% do que ganham os homens.
Essa diferença pode ser ainda maior no caso das mulheres negras, imigrantes e/ou mulheres que são mães.
O caminho em direção à equidade de gênero nas empresas ainda é longo: seriam necessários 99,5 anos para que esse equilíbrio chegasse ao ponto ideal, de acordo com o estudo Global Gender Gap Report 2020, publicado pelo World Economic Forum (WEF).
Ou seja, há ainda um grande desafio para as empresas no que se refere à implantação de boas práticas de ESG (Environment, Social and Governance ou, em uma tradução livre, Governança Ambiental, Social e Corporativa). Questões culturais e sociais ainda pesam na balança, quando o assunto é igualdade de gênero.
Por isso, deve-se valorizar todo tipo de divulgação e publicidade que vise tratar este assunto com cuidado e profissionalismo. Trata-se de algo muito delicado e iniciativas como a criação de Comitês de Diversidade nas corporações, que tenham por objetivo tratar de forma anonimizada, isenta e justa denúncias de abusos e buscar o equilíbrio profissional entre todos, promovendo ações de diversidade e inclusão, são sempre bem vindas.
Tive a chance de testemunhar presencialmente, em um evento de inovação ocorrido em Montreal (Canadá), chamado C2, um excelente exemplo do uso da tecnologia em busca da igualdade de gênero, mesmo que o resultado positivo tenha sido causado forma involuntária e ocasional. Durante a pandemia, assim como no mundo inteiro praticamente, todos os profissionais de uma corporação canadense se recolheram às suas casas para evitar a disseminação e o contágio do Coronavírus. Assim, foi desenvolvido um ambiente tecnológico imersivo de Metaverso da empresa, onde todos os colaboradores poderiam se “logar” a fim de trocar experiências profissionais, interagir no desempenho de suas atividades e exercer suas obrigações funcionais da melhor forma possível, mesmo que de forma remota.
Neste ambiente de Metaverso, o profissional poderia escolher qualquer tipo de “avatar”, ou seja, ficava ao seu critério selecionar um personagem que o representasse na empresa. Muitos escolheram objetos e outros até mesmo animais! Assim, o gênero foi algo secundário para estes profissionais no ambiente de Metaverso, que trocavam contatos e experiências, de forma independente e isenta, sem qualquer tipo de identidade que revelasse quem estava gerindo aquele “avatar”.
A justiça trabalhista brasileira também está fazendo a sua parte no que se refere à equiparação salarial quando homens e mulheres desempenham a mesma atividade.
Entretanto, ainda há muito a ser feito.
Mas, se cada um de nós lutar pelo que é justo, fazendo valer a meritocracia, independente do gênero, já estamos transformando o mundo.
Assim sendo, fica a pergunta: quanto a sua empresa já realizou no que se refere à diversidade e inclusão? Você está fazendo a sua parte?
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