Por Open Doors | 15/07/2024 ás 09h00 | Atualizado 15/07/2024 ás 09h01

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Empresas saudáveis

Empresas saudáveis

Poucos temas tem tanta relevância no resultado das empresas quanto os relacionados a saúde. Isso porque seu impacto não recai somente no demonstrativo de resultados em função dos gastos expressivos com planos de saúde e medicina ocupacional. Seu impacto é muito mais profundo e talvez pouco quantificado, uma vez que funcionários doentes ou debilitados não performam como deveriam. Por isso, no artigo de hoje, vamos explorar um olhar estratégico sobre o tema de saúde dos funcionários, explorando uma perspectiva de investimento que se traduz em performance no longo prazo. Para tanto, não podemos deixar de levar em consideração a importância da medicina do trabalho, não como uma exigência legal apenas, mas de fato, como uma alavanca para a prevenção problemas de saúde e suas consequências financeiras diretas e indiretas.

Soluções inovadoras de medicina laboral trazem inteligência para as empresas no sentido capturar oportunidades de investimentos em saúde em uma visão 360º. O estado da arte em saúde ocupacional está diretamente atrelado à prevenção, levando em consideração que, resultados expressivos só são atingidos quando se cuida mais da saúde do que da doença. Por isso, a simples análise imediatista de custo de exames no curto prazo, não gera os mesmos resultados que um olhar diferenciado para a rede credenciada e a qualidade dos exames. Desta forma, antes mesmo de falarmos de inovação na medicina do trabalho, é fundamental trazermos à tona a importância de uma abordagem estratégica na contratação de serviços de saúde como um todo.

Dentro desse contexto, equipes de suprimentos que de fato aplicam os princípios do Stategic Sourcing, são capazes de conduzir seu trabalho de forma estratégica, tratando as contratações ligadas ao tema de saúde de forma ampla, profunda e completa. Em outras palavras, como já comentamos, não basta apenas focar na equalização dos preços dos exames e buscar a opção de menor custo. Provavelmente, o menor custo dos exames no curto prazo não irá se traduzir no menor custo do sistema como um todo no médio e longo prazo. Além disso, a equalização das propostas deve levar em consideração os custos de disrupção do negócio pela ausência de um trabalhador por questões de saúde. Esta não é uma analise simples de ser feita, mas não é por isso que deve ser negligenciada. Modelos quantitativos utilizando uma matriz de impacto x probabilidade podem ajudar nessa análise. Essa reflexão é de extrema relevância, principalmente quando se tem a clareza de que doenças ou problemas de saúde nem sempre são uma fatalidade, mas em grande medida, são circunstancias que podem ser evitadas. A partir dessa clareza, quanto mais profunda for a analise, melhores resultados serão extraídos. Por isso, questões como: entender a estrutura de retaguarda da empresa prestadora de serviço e quais são seus SLAs de realização de exames e entrega de ASO; passam a ter outro grau de importância, pois irão refletir em impactos financeiros reais da qualidade, ou falta dela.

Ainda em uma visão sistêmica, planos de saúde são, depois da folha de pagamentos, seguramente os gastos mais significativos das empresas com seus empregados, e por isso precisam ser analisados com cautela. A forma mais adequada de entender um plano de saúde é como um seguro para eventos relacionados a saúde dos funcionários. Nesse contexto, quando existe uma probabilidade mais alta de eventos de problemas de saúde, baseada em histórico estatístico e práticas da empresa, o risco aumenta e consequentemente, o seguro fica mais caro. Essa medida de risco na área de saúde se chama sinistralidade. Assim, boas praticas de saúde preventiva, com redução de eventos críticos de saúde dos funcionários, levam necessariamente a uma redução da sinistralidade para os planos de saúde e consequente redução de custos para as empresas contratantes. Por isso, a implantação de boas praticas de prevenção certamente terão reflexo na redução de custo dos planos de saúde. Aqui vale também a máxima de que a prevenção custa mesmo que a correção, além disso, tendo um acesso amplo e profundo as informações de seus funcionários através de uma medicina do trabalho digitalizada e de alto nível, é possível negociar melhor modelos de planos de saúde mais eficientes.

Outro aspecto de custos desse sistema, que nem sempre é observado, diz respeito aos gastos com contribuições legais. Aqui nos referimos a estratégias de redução do RAT (Riscos Ambientais do Trabalho), que pode contribuir significativamente na diminuição de custos recorrentes para as empresas. O RAT é uma contribuição previdenciária para custear os benefícios provenientes de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Ele é composto pelo FAP (Fator Acidentário de Prevenção) que é calculado em função do histórico de incidentes de saúde da empresa, setor, região, etc. Por isso, de forma similar a sinistralidade, esse fator não é fixo, e melhorias dos indicadores de segurança do trabalho da empresa pode levar à reduções significativas da alíquota do FAP e consequente redução nos valores pagos a titulo de RAT. Desta forma, após um trabalho consistente de medicina do trabalho, que demonstre melhorias nos índices de acidentalidade da empresa, é possível pleitear com grande chance de êxito, reduções na FAP e RAT. Essa questão pode parecer mais operacional e até mesmo marginal quando falamos sobre o tema de saúde dos funcionários, mas na prática não é, porque é uma oportunidade que geralmente passa despercebida da maior parte dos gestores e que pode ter um impacto muito significativo na redução de custos recorrentes. Reduzir as taxas do FAT e RAT requer uma abordagem estratégica e integrada que inclua a melhoria das condições de trabalho, investimento em programas de saúde e segurança, e a utilização eficiente de incentivos fiscais e benefícios previdenciários.

Desta forma, uma abordagem ampla e estratégica dos investimentos em saúde da empresa não só pode ajudar a controlar e reduzir custos, como também promover um ambiente de trabalho mais seguro, saudável e produtivo. Agora sim, feita a adequada equalização de custos com uma visão sistêmica do tema de saúde e garantindo que estamos comparando laranja com laranja, podemos nos aprofundar no universo da inovação da saúde dos funcionários... mas esse é um tema para tratarmos no próximo mês... Até lá!

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