Concursos de vinhos? Vinhos premiados?
Olhar aquele selinho colado nas garrafas de vinhos mostrando um vinho premiado faz com que a gente tenha a tendência a comprá-los, né? A verdade é que nem sempre o selinho significa que vamos encontrar um vinho especial.
Degustei muitos vinhos premiados em vários concursos no mundo e nem todos corresponderam às expectativas que os selinhos trazem. Ihhh….acho que este artigo vai gerar alguma polêmica, mas vou em frente!
As competições de vinho tem como objetivo obter comparações válidas de vinhos por especialistas treinados. Elas podem variar amplamente em suas características e, às vezes, são voltadas para um público específico: consumidores x profissionais da indústria. Uma das maneiras pelas quais as competições de vinho podem variar é como os vinhos são classificados.
Na maioria das competições, medalhas são dadas a vinhos individuais em várias categorias com base na degustação às cegas. Os prêmios são frequentemente medalhas de bronze, prata, ouro e ouro duplo. Em outras competições, fitas de várias cores às vezes são usadas. Nessas competições, é comum que mais de um vinho receba uma determinada medalha.
Em outras competições, em vez de atribuir vários prêmios, os vinhos em cada categoria de vinho são classificados por número de alto a baixo, um processo conhecido como classificação ordinal. Nessas competições, há apenas um vencedor do primeiro lugar, um segundo lugar, um terceiro lugar e assim por diante até o último lugar.

A classificação das medalhas é diferente das escalas de 100 pontos que são usadas por muitas publicações jornalísticas, como a Wine Spectator. Essas "pontuações" são obtidas quando os jornalistas especializados em vinho provam os vinhos às cegas e os pontuam individualmente, ao contrário de quando os vinhos estão sendo provados lado a lado e competindo entre si em um ambiente de competição. E com tanto critério, porque dúvidas surgem em relação aos vinhos premiados?
Existem críticos que argumentam que os resultados de tais competições podem ser enganosos e não devem ser considerados uma medida de qualidade. Outros por sua vez argumentam que, por causa das competições de vinho, a qualidade do vinho melhorou em muitos países ao redor do mundo. Os dois argumentos são válidos, mas eu prefiro dizer que os concursos tem que avaliar vinhos de qualidades e características semelhantes, e é na seleção de quem vai participar que começa a real avaliação da qualidade dos vinhos!
Além disso, se olharmos quantos concursos de vinhos tem no mundo vemos que é importante distinguir os concursos sérios dos “marketeiros”. Somente na wine-searcher contam-se 53 concursos de vinhos no mundo. No Brasil são pelo menos 4 concursos bem divulgados.
E com tantos concursos, sem contar muitos outros desconhecidos, como realmente saber que um vinho corresponde ao seu prêmio? Minha primeira recomendação é de não comprar vinho pelo selo para não se frustrar, mas se quiserem comprar o vinho olhando o selo, pelo menos procurem referências de concursos mais conhecidos. Aqui vão alguns: New York International Wine Competition, Berlin International Wine Competition, International Wine Challenge (IWC), International Wine and Spirit Competition, London Wine Competition, Michelangelo International Wine & Spirits Awards (MIWA), Concours Mondial de Bruxelles, Best Wine of the World Competition.
Minha segunda recomendação é procurar informações sobre a vinícola produtora do vinho que se pretende adquirir. Claro que uma vinícola pode elaborar um vinho excepcional em um ano, mas a média dos vinhos produzidos dão indicação de que isso será raro de acontecer. Lembrem-se que os grandes vinhos do mundo não participam de concursos!
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