Por André Gurgel | 23/05/2023 ás 09h00 | Atualizado 16/07/2023 ás 11h42

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As empresas, suas metas e seus indicadores

As empresas, suas metas e seus indicadores

Desde que o mundo corporativo se estruturou na forma como conhecemos hoje, em que pese eventuais modismos e jargões que vem e que somem de tempos em tempos, aprendemos que, para que as empresas sejam bem geridas e atinjam seus objetivos é preciso que elas tenham um bom e auditavel dashboard de metas e indicadores.

Existe inclusive um conceito de construção de metas muito utilizado chamado de SMART. Para que se encaixem neste conceito elas devem possuir algumas características para que sejam consideradas como bem elaboradas.

Uma alusão bacana utilizando um acrônimo em Inglês que se traduzido como lemos significa “inteligente”, mas que na realidade define 5 critérios para sua construção:

S – Specific (específico)

M – Measurable (mensurável)

A – Achievable (alcançável)

R – Relevant (relevante)

T – Time-based (temporal)

Desta forma as empresas se organizam, pragmatizam objetivos, distribuem tarefas, coordenam suas equipes e colocam foco nos objetivos estabelecidos pelos gestores para o ano corrente ou anos subsequentes, para aqueles que se aventuram a realizar um planejamento de longo prazo.

Na construção, medição gerenciamento e entrega destes targets muitos verbos de uso corrente por diversas organizações são comumente empregados, tais como; construir, entregar, realizar, atingir, superar.

Estamos também vivendo tempos de ESG e claro, novamente as equipes de planejamento são acionadas, desta vez para elaborar e incluir indicadores ligados a questões socioambientais e boas práticas de governança em seu portfólio de metas corporativas.

E como consequência este ciclo se reinicia no mesmo formato corporativo padrão, tentando encaixar estas novas crenças e propostas dentro dos melhores padrões SMART de construção de metas.

Inicia-se portanto a busca pela obtenção de garantias de completude e execução das boas práticas ESG no formato de certificações, homologações, selos de conformidade, etc.

Gostaria de aproveitar este tema para trazer aqui um desafio e também deixar uma proposta.

O desafio é que se inclua verbos como sentir, intuir, perceber e porque não amar no conjunto de expressões e palavras do universo corporativo. Quem sabe assim as ações do dia a dia não traduzam mais relevância para quem as executam.

E a proposta é para não deixar que a busca pela meta, traduzida na forma de indicadores, acabe roubando dos funcionários o senso de propósito, causa e a razão de acordarem cedo todos os dias e trabalharem tanto por estes objetivos. Porque não, após atingirem suas metas e em especial aquelas ligadas as práticas do ESG, os funcionários não façam uma imersão nos resultados, não apreciem suas realizações, não sintam e levem consigo um pouquinho da consequência de suas boas iniciativas. Não apenas entregar e já correr para a próxima meta mas também curtir um pouco o objeto de seu esforço e se orgulhar pelo trabalho que foi feito.

Vale lembrar aqui do famoso discurso de Robert Kennedy feito em 18 de Março de 1968 que faz referência ao principal indicador de prosperidade de um país, utilizado como meta de saúde econômica até os dias de hoje, o PIB.

“O PIB mede tudo, menos o que faz a vida valer a pena”

André Gurgel

Por mais empresas fazendo a diferença conectadas com seu propósito



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